A patologia do sono tem tido uma prevalência crescente nos últimos anos, com destaque para a síndrome da apneia do sono e a roncopatia, muito associadas à obesidade nos adultos e à hipertrofia das amígdalas e dos adenóides nas crianças.
A apneia do sono apresenta importantes repercussões na saúde do doente, podendo, quando não tratada, conduzir à hipertensão arterial noturna e/ou resistente à terapêutica, à arritmia cardíaca e outras patologias cardiovasculares, à resistência a insulina ou diabetes mellitus, à esteatose hepática, a alterações da concentração e da memória, à sonolência diurna excessiva, à irritabilidade, atraso no crescimento, irritabilidade e alterações na cognição no caso das crianças. Nas grávidas, pode provocar HTA gestacional, eclampsia, diabetes gestacional e prematuridade com aumento da morbilidade e mortalidade materno-infantil.
A prevalência da S. apneia do sono na menopausa aumenta devido ao aumento do peso, à perda de tonicidade da musculatura da hipofaringe e a perda de proteção hormonal.
O hipotiroidismo, a micro e retrognatia constituem também um importante fator de risco para a S. apneia do sono.
Se o seu doente apresentar sintomatologia sugestiva de síndrome de apneia do sono associada ou não a algumas destas patologias, referencie-o à consulta de Pneumologia.
O diagnóstico e o tratamento precoces da síndrome de apneia do sono mostram-se extremamente importantes para evitar ou minimizar essas consequências e dar uma melhor qualidade de vida (melhor qualidade de sono e menos sintomas diurnos) e uma maior sobrevida aos doentes.
Inês Gonçalves – Pneumologista
- Competência em Medicina do sono pela ordem dos médicos;
- Certificação europeia em Medicina do sono;
- Certificação mundial em Medicina do sono;